Tuesday, July 12, 2005

Robertinha Fumanchú

Já faz um ou dois anos desde que eu encontrei aquela megera novamente. Sabe quando vc sai e não tem nada marcado com ninguém, mas vc sabe que vai encontrar alguém conhecido? Pois eh esse não era o caso, não esperava ve-la nunca mais. Mas lá estava ela com aquele antigo olhar raivoso e umas cicatrizes novas.

Estou falando obviamente da pior mulher que foi concebida nesse mundo, a coisa mais horripilante parida por algo capaz de parir, sim, ela mesma, a filha mais escrota do capeta, Robertinha Fumanchú. Meu envolvimento com Robertinha Fumanchú foi deveras intenso, mas extremamente rápido visto que foram apenas 2 horas ou algo bem próximo a isso.

Posso viajar para aquele bar apenas fechando meus olhos, só não falo ossp ahta ´pr se map map cpmsogp esvteber ditreito, voltando ao assunto. Lá estava a demonia atrás do balcão mascando um torresmo cascudo e rachando umas azeitonas no dente, acho que ela era amigada do dono do boteco, pois tava virando uns copos de pinga, arrotando e jogando os copos no guardador de carro, um neguinho franzino conhecido como Sucuri por causa de um vitiligo fudido que lhe subia comendo pela lomba. Sucuri ficava rindo e pulando na porta do bar desviando dos copos de Robertinha, o garoto se divertia com aquilo, mas meu olhar veiaco treinado nas maldades suburbanas percebeu logo que a vaca tava jogando pra matar, quanto mais ela errava mais ela ficava nervosa, virava uma pinga, rachava uma azeitona no dente de ódio e jogava o copo no Sucuri que ria descontrolado - Nhé hehe hehehe...

Foi então que ela se encheu e foi pra cima do moleque Sucuri, ele não entendeu e deu um sorrisinho sem graça de baixo pra cima pouco antes de disparar uma serie de gritos de desespero quando Robetinha o segurou pela nuca e enfiou um copo na testa dele e girou igual se faz com uma laranja na centrifuga, o copo despedaçou a tempo de ela rosnar -não tah vendo que eu tou de ovo virado seu filha da puta!!! Sucuri caiu sentado no chão com a testa esfacelada, ficou ali sentado tentando entender o que tava acontecendo e gritando.

Durante tudo isso, eu e o Tavares, meu cunhado, estávamos jogando pebolim e tomando umas, e foi quando o moleque caiu que Tavares instintivamente agiu. Quando dei por mim, Tavares já estava de bruços no chão e sangrando como um porco. Num solavanco meio sem jeito, a piranha, sacou uma peixeira do cinto e deu três facadas no sovaco do pobre Tavares.

Eu estava olhando aquilo sem poder fazer nada, paralisado pelo medo, encostado na mesa de pebolim. Ela nem ligou pro Tavares pisou-lhe na hérnia e passou por cima, nesse momento vi tudo como se em câmara lenta, Robertinha passava do meu lado quando vi em seu pescoço suado a tatuagem mais horrível que já vi, era um cú foto-realistico feito sobre um queloide protuberante e com as inscrições "cuzinho de mamãe" logo abaixo, às vezes ainda sonho com aquela tatuagem infernal. Ainda em câmara lenta subi minha vista e notei que Robertinha olhava pra mim, foi quando a câmara voltou à velocidade normal e ela falou com ódio.

- Que que tah olhando pro cuzinho de mamãe? teu merda!!

Tomei uma facada no queixo e desfaleci.

Além da tradição de morrer de câncer, na minha família cultivamos a tradição de resolver problemas e disputas usando do artifício do tiro pelas costas, então depois do enterro de Tavares, comprei um revolver e passei a rondar as redondezas do bar, mas parece que Robertinha sumira do mapa por algum tempo e não a vi mais, até dois anos atrás. Eu fui visitar uma tia na cadeia quando vi a demonia enjaulada, ela interrompeu uma curra que estava fazendo numa companheira de cela para dar uma cotovelada na boca de outra quando me viu, me olhou no olho como se tivesse me reconhecido, acelerei meu passo e quando virei na curva para sair da galeria das celas pude a ouvir dizer o que me fez cagar as calças abaixo.
- Que que tah olhando pro cuzinho de mamãe? teu merda!!

6 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Maldita Robertinha Fumanchú. Currou minha prima de terceiro grau na prisão.
Eu conheço o tatuador que fez aquela arte. Quer dizer, conhecia. Robertinha matou ele após finalizado o trabalho. Só Deus sabe a dor de morrer com uma agulha fincada no olho.

7:39 AM  
Anonymous Anonymous said...

Lindo.

7:50 AM  
Anonymous Anonymous said...

Eu queria ter uma MINIDV e um pouco mais de tempo livre pra filmar uns curtas desses contos de 10 paragrafos do Tarik!
Ia comandar o batatal!

11:08 AM  
Anonymous Anonymous said...

Tarikón, vi essa matéria no TERRA e foi inevitável a lembrança e assossiacao imediata com vossa pessoa!

http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI596537-EI294,00.html

Putamerda!

5:28 AM  
Blogger Tarik said...

caralha

7:53 AM  
Anonymous Anonymous said...

mas cê tava olhando pra porra do cuzinho ou num tava?

9:47 AM  

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